Análise de Five Nights at Freddy’s: Into the Pit

Lançado em agosto de 2024 pela Mega Cat Studios, o jogo Five Nights at Freddy’s: Into the Pit é inspirado no livro de mesmo nome publicado pelo autor da série em 2019.

Essa análise do jogo será bem útil para quem nunca teve contato com a série Five Nights at Freddy’s como também para quem é fã e quer saber se vale a pena ou não jogar ele. Não se preocupe com spoilers, não revelarei nada que comprometa sua experiência com a história.

Diferente dos outros jogos da franquia FNAF, o Into the Pit é um jogo de aventura 2D com terror, puzzles, história e muita exploração de cenário.

O Into the Pit é com certeza um jogo imperdível para quem é fã da série, ele é cheio de referências ou Easter Eggs que os que entendem de FNAF vão reconhecer imediatamente.

Não só sendo um poço de nostalgia para fãs da série, o Five Nights at Freddy’s: Into the Pit é na realidade um jogo bem divertido de jogar, até para quem nunca teve contato com a série.

Para quem gosta de jogos de aventura no estilo Thimbleweed Park com estilo retrô, investigação e exploração, vai adorar esse jogo e ainda vai encontrar um elemento diferenciado de terror e sobrevivência.

O enredo de Five Nights at Freddy’s: Into the Pit

No Five Nights at Freddy’s: Into the Pit você controla um garotinho chamado Oswald, ele e seu pai vão até uma pizzaria ao qual eles estão bem familiarizados e ao explorar a piscina de bolinhas interditada do estabelecimento, o pequeno garoto simplesmente viaja de volta para o passado e descobre os segredos macabros por trás da pizzaria nos tempos antigos.

Para piorar, ele descobre que o pai foi possuído por um espírito do passado que ele mesmo acabou atraindo ao voltar, um espírito malvado que fez coisas imperdoáveis na antiga pizzaria, agora ele tem que voltar na piscina de bolinhas e viajar no tempo para encontrar uma forma de resgatar seus novos amigos do passado e principalmente o pai.

Se você não está familiarizado com a série FNAF, nela você normalmente precisa escapar dos ataques de animatrônicos de uma rede de pizzaria, os animatrônicos são uma espécie de robôs programados para atender os clientes do restaurante e na grande maioria eles possuem uma fantasia de pelúcia.

No Into the Pit você encontra os mesmos animatrônicos do FNAF 1, o urso Freddy, a raposa Foxy, o coelho azul Bonnie e a galinha Chica, porém, você também encontra um animatrônico muito importante da série que aparece em outros jogos de FNAF e não somente no primeiro, se trata do coelho amarelo Spring Bonnie.

Jogabilidade e configurações

Os controles do jogo são bem intuitivos e todas as instruções para qual botão apertar e onde são fáceis de seguir e entender, não vi presa em nenhum momento de frustação com a movimentação do personagem ou algo técnico, o jogo foi muito bem programado.

Espalhado pelo cenário sempre tem uma dica de qual botão apertar ao interagir e eu nunca senti necessidade de ir no menu de configurações para consultar os controles do jogo.

Para alguém como eu que estou acostumada a jogar games de aventura onde os controles são um tanto problemáticos, me surpreendeu que nesse isso não foi um problema em momento algum, não teve travamentos ou erros inesperados.

Algo que vale a pena ressaltar é que a todo momento está disponível um botão no canto superior esquerdo da tela que você pode clicar para reportar erros, mandar sugestões ou elogios a equipe do jogo, dá até para tirar uma foto da tela e já enviar para eles somente com o clicar de um botão.

Uma ótima notícia para quem não sabe inglês é que você pode alterar a linguagem para Português do Brasil, a tradução dá para entender, mas eu diria que não é nota 10, vi alguns erros típicos de tradução feita por quem não é fluente em Português, mas nada que destrua o entendimento da história.

Gostei da variedade de configurações que o jogo possui, além de poder ajustar o tamanho da tela, configurações do som e a linguagem, você pode acionar um cronômetro de speedrun que é quando você pretende zerar o jogo o mais rápido possível.

É possível mudar o tamanho dos ícones e até mesmo escolher outro estilo de fonte para as letras.

O que você faz para sobreviver e avançar no jogo

Em se tratando das missões do jogo, a maioria é fácil de realizar, porém tem algumas que vai exigir um tempo a mais para quem nunca jogou antes poder descobrir para onde ir ou o que fazer, nada muito difícil para quem prestou atenção nos diálogos e explorou bastante o cenário.

Eu confesso que fiquei alguns momentos presa em uma missão ou outra porque não sabia o que fazer para completa-la, mas acho que isso é um ponto forte num jogo de aventura, gostei do fato de que é preciso pensar e explorar para conseguir avançar em alguns momentos, deixou tudo mais divertido.

Para não ser descoberto pelos animatrônicos você não pode fazer muito barulho, se eles te encontrarem você precisa fugir e se esconder, há armários, baús, entradas de duto de ventilação e diversas outras opções de esconderijos.

No entanto, se o animatrônico em questão te viu entrar no esconderijo, ele vai tentar te tirar de lá e para evitar isso é necessário realizar um minigame, o minigame é bem rápido e muda de acordo com o esconderijo que você escolheu.

Os minigames de esconderijos variam entre apertar um botão no momento certo, segurar um botão e entre outros, mas eu achei muito criativo os motivos apresentados para completa-los, em um certo momento você precisa segurar um botão para prender a respiração quando ele estiver perto e em outro precisa espantar aranhas que começam a entrar dentro de um empoeirado baú.

Para dificultar, em alguns momentos a energia acaba e você precisa se virar para navegar nas salas que normalmente sempre possuem um objeto no meio delas para te atrapalhar e justificar o uso de uma lanterna.

Ao longo do cenário é possível encontrar baterias para você usar em sua lanterna, essa lanterna consome baterias bem rápido e isso faz com que você sempre queira procurar por mais bateria em todos objetos do cenário que você conseguir explorar.

Formato e duração do FNAF Into the Pit

No Five Nights at Freddy’s: Into the Pit o ambiente está dividido em alguns cenários diferentes ao qual o personagem principal pode visitar, porém existe um sistema de dia e noite, conforme as tradições da série original, você passa por 5 noites até chegar no fim.

Para referência, eu demorei umas 6-7 horas para atingir um dos finais do jogo ao qual passo pelas cinco noites e consegui atingir um dos outros finais alternativos bem no início de minha gameplay.

Leve em conta que eu explorei bastante os cenários e realizei algumas tarefas adicionais como passar um tempo jogando os minigames e explorando bastante regiões dos cenários para realmente conhecer a fundo tudo que está disponível na minha primeira vez jogando sem tutoriais.

Porém, o jogo não acaba quando alcançamos um final, no início você pode escolher 2 níveis de dificuldade, um mais para quem só quer curtir a história (nível arrepiante) e outro com dificuldade balanceada (nível assustador).

Após zerar no nível de dificuldade balanceado (alcançando as 5 noites), surge para escolher o nível Aterrorizante que é considerado o nível difícil e um nível mais difícil ainda chamado Pesadelo.

Então você vai poder curtir mais horas de jogo nesses dois novos níveis que provavelmente vão desbloquear novos finais ao qual eu com certeza irei experimentar depois.

Em se tratando do nível de dificuldade do jogo, os desenvolvedores capricharam nas opções, você pode escolher nas configurações o nível de dificuldade de cada animatrônico, a facilidade de cada minigame e ainda pode escolher qual esconderijo pode ser usado no cenário.

Para quem quer mais desafios, é possível deixar o jogo mais difícil acionando a morte permanente, retirando os esconderijos, retirando os objetos que ajudam a distrair os inimigos, aumentando a dificuldade dos minigames dos esconderijos, o nível de bateria da lanterna e a frequência com que o jogo salva automaticamente.

Ao vencer as cinco noites do jogo, você é recompensado com uma estrela no menu principal, assim como acontece nos primeiros jogos da série Five Nights at Freddy’s.

Minigames e coleções

No jogo há uma sala de fliperama que você pode restaurar coletando peças pelo cenário e depois ligar as máquinas para jogar os minigames, ao ganhar pontos você recebe ingressos que podem ser trocados por vales para você adquirir itens de uma máquina de brinquedos.

Os itens em si não influenciam nas missões, é mais para colecionar mesmo, aliás, algo que esse jogo faz bem é manter os colecionadores e entusiastas com recordes interessados.

Algo muito interessante que vai fazer você querer jogar mais o Five Nights at Freddy’s: Into the Pit são as conquistas, você tem uma lista de tarefas para realizar que pode ser consultada no menu principal e no menu de pausa do jogo, algumas delas estão bloqueadas e só habilitam depois que você as completa.

A sonorização que um FNAF merece

Você encontra opções de acessibilidade onde dá para acionar na tela do jogo umas cores que aparecem conforme o som da ocasião, se o som vem, por exemplo, do lado esquerdo, a tela irá ficar com a borda colorida no lado esquerdo se essa configuração for acionada.

O canto esquerdo da tela está amarelado porque o Spring Bonnie está no lado esquerdo.

Isso mostra que o som é um elemento muito importante no Five Nights at Freddy’s: Into the Pit, ele irá lhe guiar para escapar dos inimigos

O aviso de que você terá uma melhor experiencia se usar fones de ouvido no início do jogo não é à toa, você vai ouvir o som vindo do lugar onde estão os animatrônicos e com isso vai poder decidir se vai entrar numa porta ou não.

Conforme você completa alguns minigames do fliperama ou realiza outras tarefas, você desbloqueia mais músicas para a trilha sonora do jogo.

Logo de cara você já encontra músicas icônicas da franquia em um arranjo diferente mais no estilo anos 80 dos jogos 2D. Uma que você provavelmente vai reconhecer melhor é a usada no filme Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim, a música do grupo The Living Tombstone.

Durante a gameplay a sonorização ambiental faz toda a diferença para deixar um ar de terror, provocando ansiedade até mesmo na simples tarefa de ficar parado em um lugar.

Encontrei alguns sons familiares que escuto nas gameplays dos primeiros jogos da série FNAF como a risada distorcida do Freddy.

E prepare-se para jumpscares ao longo do caminho movidos por uma trilha aterrorizante.

A beleza está nos detalhes

Nota-se que o Five Nights at Freddy’s: Into the Pit foi criado com muita dedicação e respeito a saga FNAF, o jogo incorpora em seus cenários detalhes que os fãs mais ávidos irão perceber.

Personagens que podem até mesmo serem considerados mais obscuros e menos conhecidos como a cestinha de supermercado com duas mãos gigantes chamada de No. 1 Crate aparecem sutilmente no cenário e até mesmo um avião de brinquedo que está presente no filme O Pesadelo Sem Fim do FNAF está no jogo.

No canto esquerdo o personagem No. 1 Crate junto a outros conhecidos da turma Trash and the Gang.

Deve ter diversos outros detalhes que deixei de mencionar ou ainda não presenciei no jogo, um deles sendo o fato deles comentarem sobre a guitarra do Bonnie dizendo que claramente não é um modelo Flying V.

Para contexto, no primeiro jogo do Five Nights at Freddy’s o Bonnie tinha uma guitarra no modelo Flying V, mas o autor do jogo teve que mudar para outro modelo por motivos de direitos autorais.

O jogo também apresenta um gato que claramente tem a ver com o estúdio de programação que possui um gato em sua logomarca.

Em conclusão, eu como fã de jogos de aventura 2D e da série FNAF, amei o jogo Five Nights at Freddy’s: Into the Pit e minha torcida fica para que mais adaptações do livro cheguem também aos games como aconteceu com essa.

A versão analisada foi a de PC e você a encontra para comprar na Steam por esse link, mas o jogo também está disponível na loja oficial dos consoles da atualidade.

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